segunda-feira, 25 de maio de 2009

A alma da realeza

Amor é fogo que arde sem se ver

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Acho que para começarmos uma discussão sobre Camões, nada mais justo à memória desse autor que seu mais reconhecido poema seja postado.
Para mim, a dualidade presente no poema consiste na busca de uma conceituação racional do amor e ao final, o eu-lírico percebe que o amor nunca será algo inteligível, graças a sua dualidade, marcando assim uma percepção de amor que perdura até os dias atuais e nos mostra o quão confuso pode ser nossos sentimentos.

Grupo: Andressa, Caio, Ingrid, Raphaela, Leandro, Júlia

Um comentário:

  1. Concordo com essa interpretação. O homem nuca ira descobrir a verdade sobre certos assuntos, não pode e não quer realmente saber.

    Daniel Morais-2C-EM

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